Neste tempo curto que passamos
aqui na terra, convivemos diariamente com duas forças. Duas forças que às vezes
concordam e às vezes discordam: os nossos desejos e os de Deus. Na primeira
parte desta série, falei sobre a superioridade dos desejos de Deus aos nossos
desejos. Expliquei que todos os nossos pecados, sem exceção, foram considerados
quando o Criador planejou a nossa vida, desde o nosso nascimento até a nossa
partida. Na prática, essa verdade conhecida como presciência divina, serve como
garantia que os escolhidos do Senhor estarão com Ele na terra prometida, apesar
de suas constantes falhas (Ro 8:1; At 10:43; Cl 2:13).
Hoje de madrugada, dirigindo para
o trabalho, à minha esquerda notei um grande outdoor com os dizeres: “Viva a
Boa Vida!” Do lado da frase, o logotipo de um casino. Essa propaganda enganosa
me fez pensar em como alguns cristãos imaginam que o plano de Deus para eles
consiste exatamente nisso: viver a boa vida.
Queridos, quando falamos dos
planos de Deus para os seus filhos, devemos entender que dentro de cada plano
existe a trajetória e existe a glória. A trajetória difere entre as pessoas,
mas a glória é a mesma. A trajetória é importante, mas a glória é fundamental.
Nossa trajetória é o nosso viver aqui na terra, com os seus dias de alegrias e
com as suas horas de tristezas, mas a glória é o viver perfeito com o nosso Pai
na morada que já foi preparada por Jesus (Jo 14:2). Embora como filhos fiéis
tenhamos a proteção do Senhor a todo instante, o seu foco para conosco não é
que fiquemos livres dos sofrimentos no mundo presente, mas sim que nos
preparemos para o grande dia do nosso encontro e união permanente com Ele (Sl
73:24). É importante que se deixe isso bem claro porque essa é a realidade da
vida neste mundo de pecado.
O que fazer para conhecer o plano
de Deus? O que fazer para não sair desse plano? Queremos ouvir do Senhor,
queremos entender os seus desígnios, queremos saber quais são as suas
instruções. Temos problemas a resolver, situações que precisam de soluções, não
conseguimos ver o que nos aguarda o amanhã. Clamamos a Deus: Senhor, o que eu
devo fazer? E muitas vezes só temos silêncio. Os problemas não se resolvem, as
situações não se solucionam.
A resposta é a santidade,
queridos. Se separando do mundo, obedecendo ao Senhor, só assim conseguiremos
conhecer e nos manter dentro do plano de Deus. Quanto mais eu e a minha esposa
nos separamos do mundo, mais vemos a mão do nosso Pai nos guiando; mais
entendemos; mais confiamos; mais dependemos; mais amamos; mais ansiamos estar
com o nosso amado Jesus. Essa pode não ser a solução que vocês gostariam de
ouvir, mas não existe outra forma de conhecermos os desejos do Senhor além de
um viver santo (1 Jo 3:3; Hb 12:14). Irmãos, o dia está chegando, a hora se
aproxima, “rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam” (Ef
4:1).
Espero te ver no céu. —Markus
DaSilva.