Teólogos e filósofos debatem essa pergunta por séculos. Uma grande
parte dos cristãos crê que existe uma lista personalizada, dada por
Deus, que serve como uma espécie de guia de como agradá-lo. Também se
entende que essa lista imaginária é bastante flexível, podendo variar
não só no seu tamanho, como também na sua rigidez. Por exemplo, para
alguns, deve-se ir à igreja pelo menos duas vezes por semana, enquanto
para outros, apenas em ocasiões especiais, e ainda para outros,
congregar nem consta nesta lista. Essa mesma flexibilidade é também
observada nas ofertas, leitura da bíblia, oração, músicas,
entretenimentos… etc. Cada um possui a sua lista e cada um procura fazer
o seu melhor para obedecê-la. Se algo nessa lista começa a incomodar,
basta editá-la até que fique aceitável, pois, como já disse, tudo isso é
adaptável. Obviamente a implicação é que se a lista é flexível, se os
seus itens são adaptáveis à conveniência de cada um, o autor dessa
lista, Deus, também o é.
Queridos, vocês já me conhecem e sabem muito bem para onde vou com
esse raciocínio. Essa introdução apresenta uma triste realidade. Vemos
aí a situação absurda em que tantos dos nossos irmãos se encontram. O
fato é que essa lista imaginária tem como autor não o Senhor, mas sim o
próprio homem. Esse deus tão popular no mundo cristão não é o Deus das
escrituras, mas sim uma figura de ficção, inventada para aplacar a
consciência do pecador não arrependido. A realidade é que, não querendo
mudar, eles insistem que Deus mudou; na prática, vivem e ensinam o
conceito de um criador sem qualquer respaldo bíblico. Pregam um deus que
não possui desejo próprio e que aceita qualquer coisa que as suas
criaturas queiram oferecer. Tudo é bem-vindo, tudo é recebido com
gratidão. Desde que seja dado “de coração”, tudo é aceito com alegria
por esse deus que não existe.
A ideia de que o Criador é um Deus que entende a situação e as
preferências das suas criaturas; a ideia de que o Senhor apenas quer o
melhor que temos a oferecer, não é uma ideia nova, mas na realidade
sempre existiu. Um dos primeiros seres humanos, Caim, já possuía a sua
lista imaginária quanto àquilo que Deus queria dele. Quando chegou o dia
de trazer a sua oferta ao Senhor, ele apresentou aquilo que imaginou
agradar a Deus (Gn 4:3); trouxe o fruto do seu suor, ele ofereceu o
fruto da terra… o seu melhor. Caim ofertou aquilo que o seu coração
determinou, mas o Senhor o recusou (Gn 4:5).
Irmãos, o verdadeiro servo de Deus; aquele que realmente O ama, está
continuamente procurando obedecer ao Senhor em absolutamente tudo (Jo 14:15).
O servo fiel mantém o seu ouvido atento à voz do seu querido Mestre. A
maior alegria do seu coração é quando o Senhor lhe pede por algo, pois,
dessa forma pode agradar ao seu amado Criador; não oferecendo aquilo que
o coração determina, mas exatamente o que foi pedido (Mt 24:45-47). Esse é o seu prazer, esse é o seu foco.
Amados, o Senhor não se interessa pelo seu melhor. O Senhor não
procura uma boa parte do seu tempo; uma boa parte do seu dinheiro; uma
boa parte do seu coração; uma boa parte do seu amor. Isso porque a nossa
salvação não custou o melhor que Deus tinha; o preço pago por mim e por
você não foi uma boa parte do que Deus possuía. Em Jesus, Deus entregou
a Si próprio; em Cristo, o Senhor sacrificou tudo (Ro 11:35; Ro 5:10; Jo 10:30). O que Deus quer de nós? Tudo aquilo que temos e somos (Mt 22:37).
Aquele que imagina que Deus aceita qualquer coisa que não seja o nosso
todo, está adorando a um outro deus. Queridos, já se aproxima o dia.
Triste será o fim dos indecisos.
Espero te ver no céu. —Markus DaSilva.
Espero te ver no céu. —Markus DaSilva.